Sid CarneiroO Diretor da Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (ASTRAL) e Gerente Executivo da TV e Rádio Assembleia do Rio Grande do Norte, jornalista Gerson de Castro disse que, apesar da população brasileira estar descrente dos poderes públicos, ainda há grande interesse pelas ações positivas produzidas pelos representantes públicos. Segundo ele, isso se deve ao caminho adotado no âmbito dos poderes que instituíram e consolidaram seus canais de comunicação, iniciando pelas emissoras de rádios e televisões legislativas.

Gerson de Castro representou o presidente da ASTRAL, Wanderley Oliveira, no Seminário Internacional TV Câmara 20 Anos: Transparência e Comunicação. Ele falou no painel sobre gestão que foi presidido pela diretora da TV e Rádio Câmara, Alessandra Anselmo, realizado hoje (7), nas dependências do Congresso Nacional, em Brasília (DF), com a participação de vários representantes das emissoras legislativas brasileiras.

O painel reuniu ainda, Blanca Ibarra, ex-diretora do Canal Del Congreso, do México, Érico Oliveira, diretor-adjunto da TV Senado e, por videoconferência, Peter Knowles, da BBC Parliament, do Reino Unido.

“A história da TV Câmara que é parceira da ASTRAL mostra a importância do caminho que foi adotado dentro da Democracia brasileira. Apesar das muitas imperfeições que ajudaram a colocar em xeque valores democráticos com informações, ainda assim, há um grande interesse e participação da sociedade que acompanha as ações dos seus representantes por intermédio das emissoras legislativas”, afirmou Gerson de Castro que integrou a Mesa de Debates no painel sobre gestão.

Segundo Gerson, atualmente, parte da população brasileira é descrente da Democracia. “Podemos sentir isso em qualquer conversa, seja em casa ou fora dela. Mas de uma coisa a população brasileira não pode reclamar: a transparência que o país alcançou em termo de divulgação dos atos dos gestores públicos, principalmente, nas casas legislativas”, disse.

Gerson ressaltou que a transparência das Casas Legislativas não é algo perfeito, acabado, finalizado, mas está a caminho. “Hoje a população quer conhecer seu legislativo. Ela tem muito mais informações à sua disposição do que tinha há pouco mais de vinte anos, quando o legislativo era mais fechado. Então se hoje a mazelas são mais divulgadas deve-se também ao avanço da Democracia. E este conhecimento sobre o poder legislativo deve-se em grande parte, ao trabalho das emissoras legislativas”, afirmou Gerson.

Ao final, ele disse que a TV Câmara é um dos pilares da história das TVs Legislativas brasileiras por ter incentivado outras emissoras a serem criadas e a se consolidarem. Gerson reforçou o esforço da ASTRAL de estreitar ainda mais, a parceria com a TV Câmara e defendeu o aperfeiçoamento da qualidade do conteúdo e abertura de novas emissoras legislativas no país. “É importante o estreitamento dessa parceria e a instalação de novos canais legislativos para que a população seja beneficiada. Há um desgaste, mas também um grande interesse da população sobre o que os representantes públicos fazem nos poderes” observou.

O painel com pesquisadores teve como palestrante Chico Sant´Anna, doutor em Ciências da Informação e Comunicação com a tese das Mídias das Fontes: um novo ator no cenário jornalístico brasileiro.

Fernando Oliveira Paulino, doutor em Comunicação e Diretor da Faculdade de Comunicação da UNB, Pesquisador do Laboratório de Politicas da Comunicação.

Rachel Barreto doutora em Ciência Politica com a tese “Tribuna ao Vivo: discussão, representação e os avessos suscitados pela mediatização do parlamento”.

O encontro abordou a trajetória da TV Câmara desde sua criação com a formação de equipe, aquisição de equipamentos e o acompanhamento da tecnologia. A preocupação com as coberturas do período eleitoral também foi abordada.